domingo, 4 de abril de 2010

Nine

Nine é um musical de Arthur Kopit (roteiro) e Maury Yeston (músicas) baseado em 8 ½, uma semi-autobiografia do diretor Federico Fellini (1920-1993). A direção foi de Tommy Tune. Kopit era conhecido pelo musical Wings, de 1978, mas Nine é o seu primeiro grande musical, como também de Yeston e de Tune. Estreou em 1982 e fez 729 apresentações, ganhando cinco Tony: Melhor Trilha Sonora, Melhor Atriz (Liliane Montevecchi), Melhor Figurino, Melhor Direção e Melhor Musical. Foi também indicado para as seguintes categorias: Melhor Roteiro, Melhor Ator (Raul Julia), Melhor Atriz (Karen Akers e Anita Morris), Melhor Cenário, Melhor Iluminação e Melhor Coreografia.

Yeston começou a trabalhar no musical em 1973. O título Nine é explicado pelo músico da seguinte forma: “Se você acrescentar música a 8 ½ então você terá meio número a mais: Nove.”

Guido Contini (Raul Julia) é um famoso diretor de cinema que já passou dos 40 anos e se encontra em meio a uma crise tripla: ele tem que iniciar as filmagens de um filme sem ter o roteiro nem ainda começado, está sendo deixado pela sua jovem esposa de 20 anos, Luisa del Forno (Karen Akers), e a estrela principal do filme, Carla(Anita Morris), obcecada por ele a ponto de já ter tentado suicídio, irá deixá-lo pela sua falta de atenção. Ele passa a ouvir a vozes, vozes das mulheres a quem amou e através de quem se inspirou para criar seus filmes.

Buscando paz, refugia-se com a esposa num Spa em Veneza, onde rapidamente é encontrado pela imprensa desesperada por fatos acerca do roteiro do novo filme, seu casamento, sua relação extra-conjugal com Carla. Ele foge do Spa e vai para outro, menor, chamado “A Call from the Vatican”. Liliane La Fleur (Liliane Montevecchi), sua produtora, que foi uma das dançarinas das famosas Follies Bergeres sugere que ele faça um musical, idéia que o agrada. O pensamento fugitivo de Guido, que não consegue se concentrar, tem visões dele mesmo aos nove anos sendo banhado por sua mãe (Taina Elg). Essa visão o lembra de Saraghina (Kathi Moss), uma prostituta que ele conhecera quando ainda era menino e fugia do colégio católico São Sebastião para pedir a ela que lhe contasse histórias de amor. Ele ouvia dela a frase: “Seja você mesmo, seja italiano!”. A lembrança serve para ele como um talismã. Uma marca de seu coração fugitivo.

O segundo ato começa no presente, com Guido mais uma vez na praia. Com ele, está Claudia Nardi (Shelly Burch), uma grande estrela de cinema que foi até a Itália porque ele precisava dela. Mas diferente das outras vezes, agora ela não quer trabalhar num filme dele. Ele não aceita a rejeição e tenta entender o porquê. Ela diz que ela quer que ele a ame como uma mulher, não como uma sombra na tela prateada. O filme improvisado que surge é uma colisão entre a vida real de Guido e a sua vida imaginária. Luísa anuncia do divórcio numa cena pega pelo próprio Guido que pensa em Luisa, cada vez mais debilitada por amor. O filme pára, o projeto morre. A equipe se dispersa. Guido fica sozinho e pensa em suicídio. Com uma arma apontada para a própria cabeça, vê a si mesmo com nove anos e a criança lhe diz: “É hora de crescer!” Como no início do espetáculos, todas as mulheres voltam à cabeça de Guido. Apenas uma é ausente: Luisa. Então, Guido percebe que é ela quem ele ama.

Em 2003, o Revival termina com o encontro entre Guido e Luisa. Nessa produção, Antônio Bandeiras interpretava Guido e Chita Rivera fazia Liliane. Jane Krakowiski ganhou o Tony de Melhor Atriz pelo personagem Carla. O musical ganhou nesse ano, também, Melhor Remontagem. Fez 283 apresentações.

Em 1992 e 1996 houve produções inglesas do musical. Em 1998, houve também uma produção argentina e, em 2005, uma produção japonesa.

Em 2009, Rob Marshall(Victor ou Victoria, Cinderella, Annie e Chicago) dirigiu a versão cinematográfica do musical. A produção ganhou quatro indicações ao Oscar: Melhor Atriz Coadjuvante (Penelope Cruz), Melhor Direção de Arte, Melhor Figurino e Melhor Canção (“Take it all”). Em relação ao teatro, a versão cinematográfica tem poucas alterações no que diz respeito ao roteiro. Guido Contini (Daniel Day-Lewis) tem 50 anos e não 40. O filme que ele está para fazer se chama Itália.

As principais personagens femininas foram interpretadas pelas seguintes atrizes:

Luisa - Marion Cotillard
Carla Albanese - Penélope Cruz
Claudia Jenssen - Nicole Kidman
Lilli La Fleur - Judi Dench
Saraghina - Fergie
Mamma - Sophia Loren

Antônio Banderas disse ter ficado desapontado por não ter sido escolhido para o papel principal. Demi Morre e Katie Homes também não foram escolhidas. Ainda na produção, Javier Barden foi substituído por Day-Lewis e Catherine Zeta-Jones por Kidman, seu primeiro grande musical desde Moulin Rouge. As filmagens aconteceram em Toronto, Londres e na Cinecittà, na Itália.

0 comentários:

Postar um comentário

 

©2009The Musical | by TNB