A Noviça Rebelde

"The Sound of Music” é um musical de Richard Rodgers (música), Oscar Hammerstein II (letras) e roteiro de Howard Lindsay e Russel Crouse. É baseado no livro de memórias de Maria Von Trapp, chamado The Story of the Trapp Family Singers.

É o décimo primeiro e último musical da dupla Rodgers e Hammerstein, lista essa inclui os premiadíssimos Oklahoma!, Carousel, South Pacific e The King and I. Estreou em novembro de 1959 e transformou em clássicos várias de suas músicas: “The Sound of Music”, “Edelweiss”, “My favorite things”e “Do-Re-Mi”, por exemplo. Hammerstein II (Show Boat), no entanto, faleceu nove meses após a estréia da peça. A primeira versão do musical contava com a estrela Mary Martin (South Pacif, 1949; Peter Pam, 1954) como Maria.

O livro de Maria Von Trapp (1905-1987) foi lançado em 1949 na Pensilvânia. Em 1956, o livro foi transformado em filme na Alemanha Ocidental: Die Trapp-Familie. E dois anos depois ganhou uma continuação: The Trapp-Familie in Amerika.

A história real: http://www.youtube.com/watch?v=84ONXpfkKaU&feature=related

Maria Augusta Kutschera e o Comandante Naval Georg Ludwig Ritter Von Trapp (1880 – 1947), herói da I Guerra Mundial, se conheceram em 1926 quando o capitão a convidou para deixar a Abadia de Nonnberg onde ela era noviça (estudava teologia) para ser a tutora de uma de seus sete filhos, Maria Franziska, que tinha ficado doente e não poderia freqüentar a escola. A abadia havia sido o primeiro e único lar de Maria até então, órfã de pai e mãe desde criança. Seu desejo por se tornar freira nasceu na adolescência. Ela era muito rebelde. Faltava às aulas, tinha notas baixas e causava muita confusão. Um dia, um padre conseguiu fazê-la confessar-se, ela que quando ia à Igreja só o fazia pelas belas músicas que lá cantavam. Maria ficou horas no confessionário e, quando saiu, sentiu-se em paz. Na Abadia de Nonnberg, o convento mais severo de Salzburg, no entanto, seu comportamento não era o de uma futura freira: não era obediente, se esforçava em fazer o outros rir, cantava e assobiava muito. Atender ao pedido do Barão foi para ela muito doloroso porque ela não queria sair do Convento. Mas era uma ordem da Madre Superiora e ela não pode negar.

O Capitão era viúvo de Agathe Whitehead Von Trapp, que falecera em 1924, e a família morava numa imponente mansão em Aigen, subúrbio de Salzburg, na Áustria. Os filhos de Georg e Agathe são: Rupert (1911-1992), Agathe (1913 – ainda viva), Maria Franziska (1914 – ainda viva), Werner (1915-2007), Hedwig (1917-1972), Johanna (1919-1994) e Martina Von Trapp (1921-1951). Inicialmente, seus planos eram o de se casar com a Princesa Ivonne, prima de sua esposa. Seus filhos, no entanto, ao fim do ano e a recuperação de Maria Frankiska, pediram ao pai para que ele fizesse algo para fazer com que a tutora Maria Kutschera ficasse. Sugeriram que os dois se casassem. De fato, depois da chegada de Maria, de ônibus e usando um vestido realmente horrível, a vida na Villa Von Trapp havia ficado mais feliz.

O Capitão pediu a mão de Maria em casamento e ela aceitou após ouvir da Madre Superiora que aquele era o desejo de Deus e ela deveria cumpri-lo, mesmo que sem amor. O casamento entre os dois aconteceu em 26 de novembro de 1927. Maria não casou por amor ao capitão, 25 anos mais velho do que ela, mas às crianças. Segundo a própria Maria, o amor pelo capitão nasceu aos poucos. E, afinal, ela o amou como nunca pensara que poderia amar alguém. Com o Capitão, Maria teve três filhos: Rosemary (1929 - ainda viva), Eleonore (1931 – ainda viva) e Johannes Von Trapp (1939 – ainda vivo).

A relação entre Maria e a família foi bastante difícil. Maria tinha um temperamento bastante intempestivo. A mesma força que tinha em ser alegre e bondosa, ela tinha em ser agressiva. Sempre reagindo de forma silenciosa aos ataques da esposa, Georg e os dez filhos viviam tentando esquecer no sol, as tempestades da nova mãe.

Em setembro de 1932, o Capitão Von Trapp perdeu toda a sua fortuna com a falência do banco austríaco onde estava depositada sua fortuna. O Capitão, então, entrou em depressão pela perda do dinheiro, mas também pela situação em que se encontrava o seu país, que seria anexado à Alemanha Nazista em 1938. A Baronesa Maria, então, tentando enfrentar a crise, fechou-se com sua família no andar de baixo de sua mansão, alugando os dois andares superiores para hóspedes. Uma grande sala da Villa Von Trapp foi transformada em Capela e, na páscoa de 1936, Padre Franz Wasner (1905-1992) fora chamado para celebra a missa. Ele ouviu, então, pela primeira vez o Coro da Família Trapp. A partir disso, passou a fazer parte da família, cuidando da espiritualidade de todos. Ele também ensaiava, às vezes durante seis horas diárias, com as crianças músicas religiosas para as cerimônias locais. Foi então que a família começou a aceitar os convites que recebia para cantar em público em países da Europa. Padre Franz Wasner se tornou, assim, o diretor musical do grupo.

Em 1938, a família Von Trapp deixou sua mansão de trem e foi para a Itália, atravessando os Alpes, fugindo da perseguição aos católicos que se estabelecia na região e o crescimento do Nazismo. O Capitão não corria o risco de ser integrado ao Nazismo uma vez que tinha cidadania européia conquistada pelos títulos que recebera. E os oficiais mais antigos não foram, também, chamados nessa primeira parte da Guerra que só começaria em 1939. Mas, se o Capitão não interessava ao Nazismo, The Salzburg Trapp Coir interessava. O grupo já havia se apresentado em vários locais da Europa, incluindo eventos reais e até para o Papa. Era a música germânica que estava sendo exaltada pela família de cantores. Os convites para cantar em eventos nazistas, incluindo o aniversário do próprio Hitler, chegavam sempre e estava cada vez mais difícil dizer não. A solução encontrada foi investir em agendas internacionais. A família, então, deixa a Áustria e a Villa Von Trapp. Abandonada, a Casa serviu aos Nazistas durante a Guerra. Em 1947, os Missionários do Sangue Precioso compraram a mansão que só em 1992 foi aberta à visitação pública como Villa Von Trapp.

Da Itália foram aos Estados Unidos. A chegada no novo continente, no entanto, não foi nada agradável. A imigração, vendo o grande grupo vestido com roupas folclóricas, entendeu que a família queria ficar no país ilegalmente. Foram mandados para a Ilha de Ellis, onde ficaram presos durante três dias até que foram liberados. Os primeiros shows surgiram, mas o que dinheiro obtido mal dava para sobreviver. Maria Von Trapp, então, decidiu que precisavam de ajuda e chamou Freddy Schang, um importante empresário, para agenciá-los. Ele não se interessou dizendo que o grupo não tinha nenhum apelo comercial. Maria, porém, não aceitava um não como resposta e aceitou as condições do novo empresário: todos tinham que usar maquiagem e relaxar quando estivessem no palco. O nome do grupo mudou de The Trapp Family Coir para The Trapp Family Singers. Mas o resultado pouco mudou: o grupo continuava muito formal, acostumado aos concertos europeus, o que não agradava os americanos.

Numa noite de apresentações, a Baronesa engoliu uma mosca durante o show. Muito vermelha, após recobrar-se, olhou para o público e disse: “O que nunca havia acontecido, agora aconteceu. Eu engoli uma mosca.” E o público caiu na gargalhada adorando a sinceridade da líder do grupo. Esse foi o momento decisivo na carreira artística da família: a descoberta da comunicação com o público. A popularidade aumentou e logo o grupo se tornou um dos mais procurados dos Estados Unidos. O grupo adquiriu um ônibus particular e com ele pode viajar pelo país inteiro.

O sucesso vinha também pelo conceito que o grupo representava. Uma mãe e dez filhos todos cantando em um show que terminava com a chegada do Barão, o pai de todos. Esse era o diferencial do grupo de cantores.

Em 1941, compraram uma propriedade em Vermont, onde construíram um hotel que existe até hoje. O lugar fica sobre as montanhas e a paisagem lembra Salzburg. A transformação da casa de descanso em uma fazenda, um Lodge foi idéia de Maria que não consultava os outros membros da família sobre suas decisões. O dinheiro obtido com os shows ia para o núcleo familiar que trabalhava muito. As crianças, no entanto, começaram a crescer e querer ter a sua própria vida. Maria não permitia e as desavenças começaram a ser constantes. Segundo Alix Williamson, relações públicas do grupo, a baronesa era tão enérgica que seus pedidos não eram pedidos, eram ordens que todos acatavam tamanha a capacidade dela de liderar. Foi de Williamson a idéia de escrever um livro para ajudar a promover o grupo, idéia essa que a Baronesa aceitou com relutância. Lançado em 1946, o livro vendeu admiravelmente bem. Diante do sucesso, Hollywood fez uma proposta de compra dos direitos a qual Maria negou dizendo que ninguém além dela interpretaria ela mesma. E ela podia fazer isso uma vez que a família ganhava muito dinheiro com seus shows.

Mas em 1947, o Barão Von Trapp faleceu de câncer de pulmão. Com ele se foi a pessoa que unia a família. O grupo, a partir de então, começou a desmantelar. Ainda nesse ano, a família criou um fundo de ajuda à Áustria. Em 1949, Maria Von Trapp recebeu uma medalha do Papa Pio XII por esse fundo.

A morte do Capitão abalou Maria profundamente. Ela sentiu-se culpada pela morte do marido e por não tê-lo tratado bem durante a vida. Sentia falta da tranqüilidade que ele dava a ela e que ela não notava quando ele era vivo. Ela não conseguiria nunca manter a família unida como fazia o marido.

Os filhos estavam agora entre 20 e 30 anos e Maria não os deixava ter a sua própria vida o que os ressentia. Rosemary, a mais nova, um dia fugiu de casa e ficou três dias na floresta. Johanna também fugiu alguns meses depois para se casar. Logo, o grupo precisou contratar cantores profissionais para manter o coro.

Durante os anos 50, The Trapp Family Singers gravaram discos e fizeram shows pelo país e pelo mundo.

Em 1956, a Baronesa recebeu novamente uma oferta de venda dos direitos de seu livro. Ela não pode dizer não. Vendeu, então, os direitos do seu livro para o Cinema Alemão por 9 mil dólares, sem nenhuma participação nos lucros futuros. No mesmo ano, Wolfgang Reinhardt dirigiu o filme Die Trapp Familie, considerado um dos mais brilhantes filmes do ano na Europa.

Mary Martin assistiu ao filme e propôs a transformação no musical a Rodgers e Hammerstein que aceitaram a idéia, comprando os direitos dos produtores alemães. Ao descobrirem que a verdadeira família Von Trapp não havia recebido nada com os lucros do filme, ofereceram 3/8 de 1% dos royalties do musical como uma gentileza.

Em 16 de novembro de 1959, o musical estreou na Broadway, onde faria mais 1442 apresentações. Maria vestiu um vestido mandado por Mary Martin. Nos agradecimetnos, ela se levantou e recebeu os aplausos como se fossem para ela, embevecida com o resultado. A baronesa tanto gostou da história que fazia acreditar que aquela era a sua história real, embora não fosse. Mas não gostou da forma como o Capitão fora tratado. Seu marido era o oposto da versão fictícia. Na verdade, era gentil, cordial e afetuoso e ela é que era fria e rude.

Em junho de1960 a Fox pagou 1,25 milhões de dólares para filmar a produção, comprando os direitos parciais de Rodgers e os descendentes de Hammerstein. Quando Maria ficou sabendo da compra, tentou convencer Robert Wise, o diretor, para amenizar a severidade com que seu marido fora retratado na versão teatral. Não adiantou. Wise dizia: “A peça funciona do jeito que está.”

Quando as filmagens aconteciam em Salzburg, Maria foi pessoalmente até lá e exibiu um papel. Wise, então, cedeu e ela pode figurar numa sequência do filme ao lado de Julie Andrews. Andando de um lado para o outro durante três horas na gravação de uma cena, a Baronesa não sabia que sua aparição seria praticamente irreconhecível.

Na estréia do filme, em 1965, a baronesa ficou absolutamente orgulhosa da produção. Na cena do casamento, ela levantou-se e começou a descer em direção à tela como se realmente fosse se casar com o Capitão novamente.

Maria Franziska Von Trapp lembra que, embora a família não tenha ganhado dinheiro com a produção, ganhou certamente a imortalidade do carinho do público. Até hoje, segundo ela, as pessoas os procuram e demonstram sua admiração.

Maria Von Trapp se tornou uma celebridade mundial viajando e dando entrevistas no mundo inteiro. Sua morte aconteceu em 1987, aos 82 anos. Está enterrada ao lado do marido.


O primeiro filme: A Família Von Trapp

A primeira versão cinematográfica do livro foi lançada em 1956. O filme dirigido por Wolfgang Liebeneiner, que dirigiu, ao longo de sua carreira, 98 filmes é o filme alemão mais bem sucedido da década de 50. Representa o ideal do milagre econômico uma vez que é a baronesa com seu trabalho, com dedicação ao simples e puro que consegue fazer levantar a família.

A história é a representação da versão original do livro escrito pela baronesa Von Trapp. No entanto, já nessa primeira versão cinematográfica, vemos o barão retratado não como o bondoso senhor que a família faz questão de expressar, mas como um oficial severo e frio com as crianças.

O filme ganhou uma continuação que foi lançada no ano de 1958. Nessa continuação, A Família Von Trapp na América, estão retratadas as primeiras apresentações da família de cantores no território americano, as dificuldades com a imigração, a compra da casa.

O mais importante, e belo, nessas duas primeiras versões e que, provavelmente, fizeram com que se tornasse um sucesso, é a beleza das canções. Com um repertório tradicional, a família do filme leva a beleza germânica para além das fronteiras do país. A Família Von Trapp vira símbolo de uma cultura.

O papel de Maria, brilhantemente interpretado por Ruth Leuwerik, traz muito do que a Maria de Rodgers e Hammerstein II vai anunciar. A personagem se mostra alegre, disposta, mas firme nos seus propósitos. Diferente das outras versões, os filmes alemães deram grande espaço para a personagem. Na versão americana, Julie Andrews tem o papel de protagonista, mas, sem dúvida, Salzburg brilha mais que tudo.

O musical: The sound of music 

A idéia inicial partiu do director Vincent Donehue que assistiu aos dois filmes (Die Trapp Familie e Die Trapp Familie in Amerika) e pensou imediatamente em sua amiga, a atriz Mary Martin, para o papel principal numa versão para o teatro. Inicialmente pensou-se em uma versão não musical, com uma ou duas músicas talvez. No entanto, tão logo o projeto chegou nas mãos de Rodgers e de Hammerstein II, The Sound of Music nasceu como musical. Várias mudanças na história original foram feitas. Maria tornou-se governanta dos sete filhos, não apenas tutora de uma; o filho mais velho se tornou uma menina; os nomes dos filhos foram trocados; a história teve um salto para frente, ao invés de acontecer no início dos anos 30, passou a acontecer na iminência da guerra; a fuga se deu a pé e para a Suíça e não de trem para a Itália; o Capitão foi recrutado para o exército alemão ao invés dos problemas financeiros; o papel do padre foi excluído... Não há também na versão teatral uma só música tradicional alemã cantada. O Laendler, uma canção folclórica, aparece com novo arranjo numa canção interpretada pelos fantoches, “The Lonely Goatherd”, e recebe nova coreografia numa cena em que Maria e o Capitão dançam.

O musical começa com as Irmãs da Abadia de Nonnberg cantando Dixit Dominus. Uma noviça está falando, Maria. E, na cena seguinte, ela é vista cantando “The hills are alive” no topo de uma montanha. Quando retorna para o convento, os portões estão fechados. Após consultar as outras irmãs sobre o que fazer com Maria, a Madre recebe a noviça. As duas cantam juntas “My favorite things”. Maria é, então, enviada para cuidar de sete crianças na casa de um oficial da marinha austro-húngara. O capitão se chama Georg Von Trapp e ela deverá ficar lá até setembro.

Na mansão Von Trapp, o capitão informa Franz, o mordono, e Frau Schmidt, a doméstica, que uma nova governanta estará chegando. Ela não tem permissão para passear com a crianças até ele voltar de Viena onde estará por algumas semanas. Maria chega e novas regras lhes são informadas pelo capitão. Ele chama as crianças com um apito e ensina à governanta o sinal sonoro de cada uma delas: Liesl, Friedrich, Louisa, Kurt, Brigitta, Marta e Gretl. Eles usam uniformes e marcham. Maria se manifesta contrária ao uso de apito para chamar as crianças e diz ao capitão que o usará. O capitão parte e Maria conta para as crianças que não sabe nada sobre ser governanta. As crianças se apresentam e dizem que não sabem cantar. Maria, então, ensina uma canção: “Dó-re-mi”.

À noite, um mensageiro chamado Rolf traz um telegrama de aniversário para Frantz. Rolf e Liesl se encontra no pátio e ele conta para ela que um coronel alemão está no país e que a anexação da Áustria à Alemanha poderá vir a qualquer momento. Ele diz que se preocupa com ele que só tem 16 anos e não sabe nada da vida. Começa a chover e Rolf vai embora. Liesl sobe pela janela de Maria. Frau Schmidt acabara de sair. Maria havia lhe pedido tecido para costurar roupas para as crianças brincar, mas a doméstica disse que não. As outras crianças aparecem com medo da tempestade. Maria canta para todos “The Lonely Goatherd”.

Um mês mais tarde, o capitão aparece com a baronesa Schräder e Max Detweiler. Enquanto o capitão vai atrás de seus filhos, estranhando que eles não estejam em casa para o receber, a baronesa diz para Max que falta pouco para que ela e o capitão se unam. Ambos cantam uma canção sobre o fato de que apenas os pobres têm tempo para grandes amores (“How can a Love survive?”) Rolf aparece seguido por Liesl. O mensageiro faz ao capitão a saudação nazista o que deixa o capitão ainda mais nervoso, expulsando o jovem da propriedade. Maria e as crianças aparecem com roupas de brincar, feitas com as cortinas do quarto. O capitão fica furioso. Ele e Maria discutem. Ela tenta explicar que a crianças precisam ser amadas pelo seu pai. O capitão ordena que Maria retorne para a abadia. Nesse momento, ambos ouvem as crianças cantarem “The hills are alive” para a baronesa. O capitão se emociona e agradece à Maria por ela ter trazido a música para sua casa novamente. E pede que ela fique, o que deixa a baronesa enciumada. Maria diz a ela que retornará em setembro.

O capitão dá uma festa para apresentar a baronesa aos seus amigos, esses divididos em suas opiniões sobre o Anschluss. Kurt pede que Maria o ensine a dançar o Laendler e ela o faz após inicialmente negar-se. O capitão surge e termina a dança com Maria, o que a deixa bastante constrangida. Com a chegada de Max na festa e o Buffet, o capitão sente que precisa de uma mulher em casa para organizar as coisas. E pede que Maria fique. Maria e e Brigitta discutem sobre o casamento do capitão com a baronesa e a criança diz que ela, Maria, está apaixonada pelo capitão e ele por ela. As crianças dizem “Adeus” aos convidados com uma canção o que deixa Max muito empolgado. Ele convida as crianças para participar de um festival de música que ele está organizando. Enquanto isso, Maria sai da mansão Von Trapp e retorna à Abadia. Lá a abadessa diz que ela não pode fugir dos problemas, mas enfrentá-los. Ela canta “Climb every mountain”.

O segundo ato começa com Max tentando ensinar as crianças a cantar num palco as escondidas do capitão que não quer a exposição dos seus filhos. O capitão aparece e pede que Max e a baronesa deixem a família sozinha. Todos sentem a falta de Maria. O capitão anuncia que pediu a mão da baronesa Schräder em casamento. Os filhos cantam “My favorite things”, mas sem empolgação. Maria aparece nesse momento e todos ficam felizes. Brigitta revela a ela que seu pai se casará com a baronesa e ela diz que só ficará até a família encontre uma nova governanta. Max e a baronesa discutem com o capitão sobre o Anschluss. A dupla diz que é preciso que o capitão aceite o fato da anexação (“No way to stop it”). O capitão não aceita. A baronesa termina o noivado. O capitão declara seu amor por Maria e os dois cantam “An ordinary couple”. E os dois casam na Abadia de Nonnberg.

Durante a Lua de Mel, a Austria é anexada à Alemanha. Herr Zeller, um oficial alemão, quer saber o porquê a casa dos Von Trapp ainda não sustentar a bandeira do Terceiro Reich. O casal chega de volta nos ensaios para a apresentação no Festival de Música organizado por Max. Brigitta convida o pai para ir e ele se nega a acreditar que Max fizera isso com seus filhos. Max insiste que eles cantarão pela Áustria. O capitão diz que a Áustria não existe mais. Rolf aparece com um telegrama para o capitão. Maria e Liesl cantavam uma canção de amor em que Maria dizia para a enteada em que, em breve, ela irá se casar. Rolf, que apareceu agora, é frio com Liesl e se nega a entregar o telegrama para Maria, mas o faz para Franz. O telegrama é uma convocação para o capitão se apresentar como o novo comandante da Comissão Bremerhaven. Maria informa que o Capitão não poderá se apresentar até que sua família tenha se apresentado no Festival de Música, o que é uma surpresa para o capitão.

No dia do Festival, a família canta Do-re-mi. Ao final, um violão é dado ao capitão e ele canta “Edelweiss” como uma homenagem amorosa à Áustria, o que comove a multidão. Antes da família deixar o palco, Max anuncia que essa será a última vez que a família cantará unida. A família canta a música do Adeus (“So long, farewell”). Durante o julgamento, a família foge e se esconde na Abadia. O prêmio fora ganho pela família que não aparece para recebê-lo. Os nazistas começam a procurar a família. Na Abadia, Rolf os encontra e chama seu chefe. Ao ver Liesl, no entanto, ele diz que se enganou. As irmãs avisam que os portões da cidade foram fechados. A família Von Trapp atravessa os Alpes a pé.

O musical fez, sua temporada de estréia, 1433 performances e dividiu o Tony de Melhor Musical de 1960 com Fiorello!. Mary Martin, que ganhou Melhor Atriz (Mary Martin), tinha 47 anos, embora sua personagem estivesse perto dos 20. O prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante foi para Patricia Neway – a abadessa. Ganhou também Melhor Cenário e Melhor Trilha Sonora. Foi também indicado para as categorias de Melhor Ator (Theodore Bikel – o capitão / Kurt Kasznar – Max) e Melhor Direção. Embora o grupo das crianças inclua dois garotos, o conjunto de crianças foi indicado ao prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante.

Houve muitas produções desse musical ao redor do mundo. Em 1981, foi autorizada a inclusão de duas músicas do filme dirigido por Bob Wise na versão teatral: "I have confidence" e "Something Good".

Em 1998, a Broadway produziu um revival da versão teatral. A produção ganhou apenas uma indicação ao Tony de Melhor Revival.

Em 2006, foi a vez de West End produzir um revival. Após negociações frustradas com Scarlett Johansson, o papel de Maria foi escolhido num programa televisivo chamado “How do you solve a problem like Maria?”. Andrew Lloyd Weber (“Jesus Christ Superstar”, “O fantasma da Ópera”, “Cats”) dirigiu a produção. Connie Fischer foi eleita pelo público como Maria.

Embora Lloyd Weber diga no seu site oficial de que a versão atual se trata de uma adaptação do teatro e não do filme, há mais semelhanças com o segundo do que com o primeiro. “An ordinary couple” foi substituída por “Something Good”. “I have confidence” aparece. “My favorite things”é cantada no quarto de Maria e “The Lonely Goatherd” é cantada no terraço (sem bonecos).

No Brasil, houve três versões do musical:

1965: “Música, divina música” – produção de Oscar Ornstein, direção musical de Mario Bruno e Marcel Class. A tradução de Billy Blanco e Mariza Murray ganhou a interpretação de Norma Suely como Maria, Carlos Alberto como o Capitão, Ana Maria Nabuco como a baronesa, Ary Fontoura como o Tio Max e Monique Lafond como Brigitta.

1992: “Música, divina música”, direção de Ticiana Studart, com Silvio Ferrari, Bia Sion (a baronesa), Luiz Carlos Buruca, Luiz Armando Queiroz e Claudia Borioni.

2009: “A noviça rebelde”, direção de Charles Möeller e arranjos de Cláudio Botelho Pacheco. Estreou em 22 de maio de 2008 e fez temporadas no Rio de Janeiro e São Paulo. Kiara Sasso (e Ester Elias) interpretou a Noviça e Herson Capri (depois Saulo Vasconcelos) o capitão. A montagem inaugurou o Teatro Casa Grande no Rio de Janeiro. A super produção reunia 41 atores/cantores que se revezavam na interpretação dos papéis.

O filme: The sound of music

O filme estreou em 1965 tendo Julie Andrews (Mary Poppins, 1964)) como Maria e Christopher Plummer (Cyrano de Bergerac, 1962) como o Capitão Von Trapp. A direção é de Robert Wise (West Side Story, 1961) pela 20th Century Fox, sendo esse seu filme mais caro desde Cleópatra. "The Sound of  Music" foi o filme mais lucrativo no ano de seu lançamento desde "... E o vendo levou". Em valores atuais, o  filme está na terceira posição como o filme mais lucrativo de todos os tempos perdendo apenas para "... E o vento levou" e "Guerra nas Estrelas".

As diferenças com a versão teatral são justificáveis, na maioria dos casos, pelas belezas das locações. O filme foi gravado em Salzburg, na Áustria, e na Bavária, sul da Alemanha. A cena inicial não é o interior da Abadia como no musical, mas o topo das montanhas, os Alpes. E o plano que aparece no filme é o décimo, sendo que os nove anteriores foram rejeitados porque Julie Andrews, então com 29 anos, era muito magra e sempre caía com a força do vento do helicóptero em que estava presa a câmera. Nesse mesmo lugar, foi gravada a sequência mais célebre do filme que é o picnic, em que Maria ensina as crianças a cantar Dó-ré-mi, partindo para belíssimas cenas em Salzburg. As sequências incríveis do interior da Abadia com as irmãs numa preciosa mostra do equilíbrio da fotografia do filme e da exploração da profundidade, sem fazer disso algo maior que a própria narrativa.

"My favorite things" é cantada no quarto de Maria e não "The Lonely Goatherd". A música foi transferida para um outro momento no filme em que vemos um belíssimo teatro de fantoches. "I have confidence" e "Something Good" são músicas criadas especialmente para o filme. Conta-se que o planejamento original para a cena da estufa em que o Capitão pede a mão de Maria em casamento teve ser refeita com baixa luz. Um ataque de riso dominou a equipe e os dois atores não conseguiam se concentrar. O efeito de sombra sobre eles resolveu o problema e engrandeceu a estética do filme.

Todas as cenas gravadas no fundo da Vila Von Trapp, onde há um lago, foram gravadas duplamente. Na realidade, a parte frontal da Casa dos Von Trapp é o Frohnburg Castle e não há nenhum lago atrás desse palácio. O lago está atrás de Leopoldskron  Castle, onde verdadeiramente está a sala que serviu de inspiração para o salão de bailes da Villa. Foi na edição que as cenas deixaram de ser em dois lugares diferentes mais em só.

Uma outra curiosidade importante a respeito das gravações é a participação da verdadeira Maria Von Trapp no filme ao lado de Julie Andrews. Na cena em que a atriz canta "I have confidence", saindo da Abadia e indo conhecer a família Von Trapp, ela passa pelo centro de Salzburg. Numa rápida cena, a real Maria passa com duas de suas filhas pela atriz, servindo como figurante. Sobre essa cena também, Julie Andrews comenta que foi a parte mais difícil de todas uma vez que tinha que cantar, dançar e correr com uma mala de violão e uma sacola nas mãos.

A redenção de Rolf que acontece no musical  não acontece no filme. Na cena do cemitério, o jovem nazista deixa a família Von Trapp fugir, mas apita quando o Capitão vai embora denunciando a fuga.

Diferente do musical, o primeiro ato do filme termina com o casamento de Maria e do Capitão.


O fim do noivado entre o Capitão e a Baronesa se dá mais pelo sentimento que ele nutre por Maria do que pelas diferentes posições ideológicas como no musical. O Max do filme age como no musical, isto é, conforma-se com a nova realidade política. A Baronesa do filme, no entanto, não se pronuncia sobre o assunto em nenhum momento. As canções “No way to stop it” e “How can a Love surive?” foram excluídas na versão de Wise.

O filme de 174 minutos ganhou dez indicações ao Oscar de 1965 (Melhor Atriz (Julie Andrews), Melhor Atriz Coadjuvante (Peggy Wood), Melhor Fotografia, Melhor Direção de Arte e Melhor Figurino)) e cinco troféus (Melhor Edição de Imagem, Melhor Edição de Som, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Direção e Melhor Filme).

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Nine

Nine é um musical de Arthur Kopit (roteiro) e Maury Yeston (músicas) baseado em 8 ½, uma semi-autobiografia do diretor Federico Fellini (1920-1993). A direção foi de Tommy Tune. Kopit era conhecido pelo musical Wings, de 1978, mas Nine é o seu primeiro grande musical, como também de Yeston e de Tune. Estreou em 1982 e fez 729 apresentações, ganhando cinco Tony: Melhor Trilha Sonora, Melhor Atriz (Liliane Montevecchi), Melhor Figurino, Melhor Direção e Melhor Musical. Foi também indicado para as seguintes categorias: Melhor Roteiro, Melhor Ator (Raul Julia), Melhor Atriz (Karen Akers e Anita Morris), Melhor Cenário, Melhor Iluminação e Melhor Coreografia.

Yeston começou a trabalhar no musical em 1973. O título Nine é explicado pelo músico da seguinte forma: “Se você acrescentar música a 8 ½ então você terá meio número a mais: Nove.”

Guido Contini (Raul Julia) é um famoso diretor de cinema que já passou dos 40 anos e se encontra em meio a uma crise tripla: ele tem que iniciar as filmagens de um filme sem ter o roteiro nem ainda começado, está sendo deixado pela sua jovem esposa de 20 anos, Luisa del Forno (Karen Akers), e a estrela principal do filme, Carla(Anita Morris), obcecada por ele a ponto de já ter tentado suicídio, irá deixá-lo pela sua falta de atenção. Ele passa a ouvir a vozes, vozes das mulheres a quem amou e através de quem se inspirou para criar seus filmes.

Buscando paz, refugia-se com a esposa num Spa em Veneza, onde rapidamente é encontrado pela imprensa desesperada por fatos acerca do roteiro do novo filme, seu casamento, sua relação extra-conjugal com Carla. Ele foge do Spa e vai para outro, menor, chamado “A Call from the Vatican”. Liliane La Fleur (Liliane Montevecchi), sua produtora, que foi uma das dançarinas das famosas Follies Bergeres sugere que ele faça um musical, idéia que o agrada. O pensamento fugitivo de Guido, que não consegue se concentrar, tem visões dele mesmo aos nove anos sendo banhado por sua mãe (Taina Elg). Essa visão o lembra de Saraghina (Kathi Moss), uma prostituta que ele conhecera quando ainda era menino e fugia do colégio católico São Sebastião para pedir a ela que lhe contasse histórias de amor. Ele ouvia dela a frase: “Seja você mesmo, seja italiano!”. A lembrança serve para ele como um talismã. Uma marca de seu coração fugitivo.

O segundo ato começa no presente, com Guido mais uma vez na praia. Com ele, está Claudia Nardi (Shelly Burch), uma grande estrela de cinema que foi até a Itália porque ele precisava dela. Mas diferente das outras vezes, agora ela não quer trabalhar num filme dele. Ele não aceita a rejeição e tenta entender o porquê. Ela diz que ela quer que ele a ame como uma mulher, não como uma sombra na tela prateada. O filme improvisado que surge é uma colisão entre a vida real de Guido e a sua vida imaginária. Luísa anuncia do divórcio numa cena pega pelo próprio Guido que pensa em Luisa, cada vez mais debilitada por amor. O filme pára, o projeto morre. A equipe se dispersa. Guido fica sozinho e pensa em suicídio. Com uma arma apontada para a própria cabeça, vê a si mesmo com nove anos e a criança lhe diz: “É hora de crescer!” Como no início do espetáculos, todas as mulheres voltam à cabeça de Guido. Apenas uma é ausente: Luisa. Então, Guido percebe que é ela quem ele ama.

Em 2003, o Revival termina com o encontro entre Guido e Luisa. Nessa produção, Antônio Bandeiras interpretava Guido e Chita Rivera fazia Liliane. Jane Krakowiski ganhou o Tony de Melhor Atriz pelo personagem Carla. O musical ganhou nesse ano, também, Melhor Remontagem. Fez 283 apresentações.

Em 1992 e 1996 houve produções inglesas do musical. Em 1998, houve também uma produção argentina e, em 2005, uma produção japonesa.

Em 2009, Rob Marshall(Victor ou Victoria, Cinderella, Annie e Chicago) dirigiu a versão cinematográfica do musical. A produção ganhou quatro indicações ao Oscar: Melhor Atriz Coadjuvante (Penelope Cruz), Melhor Direção de Arte, Melhor Figurino e Melhor Canção (“Take it all”). Em relação ao teatro, a versão cinematográfica tem poucas alterações no que diz respeito ao roteiro. Guido Contini (Daniel Day-Lewis) tem 50 anos e não 40. O filme que ele está para fazer se chama Itália.

As principais personagens femininas foram interpretadas pelas seguintes atrizes:

Luisa - Marion Cotillard
Carla Albanese - Penélope Cruz
Claudia Jenssen - Nicole Kidman
Lilli La Fleur - Judi Dench
Saraghina - Fergie
Mamma - Sophia Loren

Antônio Banderas disse ter ficado desapontado por não ter sido escolhido para o papel principal. Demi Morre e Katie Homes também não foram escolhidas. Ainda na produção, Javier Barden foi substituído por Day-Lewis e Catherine Zeta-Jones por Kidman, seu primeiro grande musical desde Moulin Rouge. As filmagens aconteceram em Toronto, Londres e na Cinecittà, na Itália.

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Todos dizem eu te amo


É o 26º filme de Woody Allen (21 vezes indicado ao Oscar e ganhador de 3 – Melhor Diretor e Melhor Roteirista por Noivo Neurótico, Noiva Nervosa e Melhor Roteirista por Hannah e Suas Irmãs). Participam do elenco um grupo de estrelas: Julia Roberts, Alan Alda, Edward Norton, Drew Barrymore, Gaby Hoffmann, Tim Roth, Goldie Hawn e Natalie Portman. Foi filmado em Nova Iorque, Veneza e Paris. O filme homenageia os grandes musicais fazendo com que todos os atores cantem. No entanto, Allen fez questão de que todas as interpretações musicais fossem a partir da voz natural de todos atores, sem grandes agudos e orquestrações. Drew Barrymore é a única pessoa cuja voz real não ouvimos no filme. Ela conseguiu convencer o diretor de que sua voz não era realmente adequada e ganhou uma dublagem (Olivia Hayman). Goldie Hawn canta no filme, mas não com sua voz natural que foi considerada por Allen boa demais para parecer natural. O diretor pediu a atriz que cantasse pior do que ela poderia para poder se igualar aos demais.

O filme tem 101 minutos e foi lançado em 1996. DJ (Natasha Lyonne) é a narradora do filme. Ela é filha de Joe (Woody Allen) e de Steffi (Goldie Hawn). Seus pais se separaram há muitos anos. Sua mãe casou novamente com Bob (Alan Alda), que tem três filhas (Skylar, Drew Barrymore; e mais duas) e um filho. Skylar tem um namorado chamado Holden (Edward Norton).

Após a cena de abertura (“Just You, Just Me”), em que Holden e Skylar se mostram apaixonados e também em que vários cidadões de Nova Iorque cantam em suas vidas corriqueiras, ficamos sabendo que Joe fora deixado por sua última namorada. A família de sua ex-esposa o ajuda, então, consolando-o. O personagem mora em Paris, mas vai freqüentemente à Nova Iorque para ver a sua filha. Numa viagem à Veneza, em que DJ o acompanha, ele conhece Von (Julia Roberts), que é casada, e se apaixona por ela. Von, que mora em Nova Iorque, faz terapia e suas seções são espionadas por DJ e suas meio-irmãs cujo quarto é ao lado do consultório. DJ, então, conhece todos os segredos de Von e os repassa para o pai que se esforça em parecer o homem ideal para Von. Ela se apaixona por ele e os dois começam a se relacionar tão logo ela se separa do marido. Enquanto isso, em Nova Iorque, Skylar é pedida em noivado por Holden e suas duas irmãs mais novas se apaixonam pelo mesmo rapaz, que depois vai escolher apenas uma, um herdeiro de uma fortuna como também elas o são.

Steffi é socióloga e defende a integração social de um ex-criminoso que já pagou por seus crimes na prisão chamado Charles Ferry. Na noite de celebração do noivado, Ferry é convidado para cear com a família e conhece Skylar, enteada de Steffi. Os dois se beijam e Skylar passa a ter dúvidas sobre o seu relacionamento com Holden. O noivado termina para o horror de seu pai, Bob, que, mais ou menos, pelo mesmo período, perde seu pai que falece na sua velhice.

Na Europa, Von decide voltar para o seu marido, cansada do amor ideal que Joe lhe proporciona. Joe está novamente sozinho, enquanto sua filha, DJ, muda toda hora de namorado. Toda a família se encontra em Paris, no Hotel Ritz, onde comemoram o Natal. Numa festa cujo tema é Groucho Marx, Bob por estar doente, não vai. Enquanto os mais jovens de divertem, incluindo Skylar e Holden, que reataram o noivado após ela ter percebido que Ferry mantém sua vida de crimes e que, por isso, não combina com ela, Joe e Steffi vão até a margem do Sena para recordar o passado. Lá os dois refletem sobre a amizade que foi construída após o fim do casamento e dançam uma canção. É quando o filme termina.

A canção “I’m thru with Love” se repete várias vezes durante o filme, cujo título original é “Everyone says I Love you”. Esse título vem de uma música homônima cantada e assobiada pelos Irmãos Marx em “Horse Feathers”, filme de 1932. Destaque também para música “Looking at you”, de Cole Porter.

 

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Tango

Tango é uma produção argentina e espanhola de 1998 dirigida por Carlos Saura. Tem 117 minutos, esses divididos em muitos números de dança e nenhum número musical (não há nenhuma cena em que os atores cantam), embora alguns sites o categorizem como um filme musical (e, por isso, ele está aqui.).

Em Buenos Aires, Mario Suárez (Miguel Angel Solá), um diretor de teatro de meia idade, é deixado pela sua ex-namorada e principal bailarina, Laura (Cecília Narova). Para se distrair, envolve-se num novo projeto: um musical-documentário sobre tango, a dança. Numa noite, ele é apresentado a uma linda e jovem mulher, Elena (Mía Maestro), a namorada de seu maior investidor, Angelo, que lhe pede para aceitá-la numa audição. Mario está, desde já, apaixonado por ela, que ganha o personagem principal. Angelo, no entanto, percebe o envolvimento durante o processo e Laura deixa Mario. O diretor reflete sobre sua vida antes de Laura e antes de Elena.

Os investidores mostram-se desapontados com as sequências de dança propostas por Mario para o musical. Eles não aprovam a crítica à violenta repressão militar do passado porque deixa o espetáculo “pesado”. As cenas tornam-se mais amenas: durante a cena da chegada dos imigrantes à Argentina, dois homens lutam pelo personagem de Elena. Na luta, atiram nela e lentamente se percebe, no ensaio, que sua morte é apenas ficcional.

O filme concorreu ao Oscar de Melhor Filme estrangeiro de 1999, juntamente com a produção brasileira Central do Brasil. (Ganhou o italiano “A vida é bela”.) A fotografia é do mestre italiano Vittorio Storaro, que ganhou três Oscar (Dick Tracy, Apocalipse Now e O Último Imperador). As filmagens foram realizadas em dez semanas num estúdio construído especialmente para o filme.

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The Wall

Um muro. Foi essa a imagem que Roger Waters teve logo após cuspir na cara de um fã num show em 1977 em Montreal, Quebec. Waters era o cantor, compositor e líder da banda inglesa Pink Floyd (1964-1995), uma das bandas de rock progressivo mais importantes da história. O álbum The Wall foi lançado em 1979, ganhou disco de platina 23 vezes e já foi eleito como o 65º (Q Magazine) e 87º (Rolling Stone) melhor álbum de todos os tempos. Foi adaptado para o cinema e lançado em 1982 pelo diretor britânico Alan Parker (Fame, 1980) da MGM.

O roteiro do filme foi feito pelo próprio Roger Waters idealizador do álbum. Chegou-se a cogitar seu nome também para a interpretação do protagonista, Pink, mas elegeu-se o cantor e compositor Bob Geldof, da banda punk Boomtown Rats. Pink é inspirado na vida de Waters e também na de Syd Barret, fundador da banda Pink Floyd.

O musical é a transposição do álbum homônimo. Pink é um war baby, isso é, uma criança nascida em meio a Segunda Guerra e que, por isso, não conheceu seu pai. Superprotegido pela mãe, no meio dos anos 50, o garoto sofria na escola, humilhado pelo professor por escrever poemas(a letra da música “Money”, do álbum “The dark side of the moon”). Ao crescer, torna-se um astro de rock e cai em depressão diante da fama. Já casado, negligencia a esposa que o trai e, depois, o abandona. Pink aparece, então, completamente depilado sem, inclusive as sobrancelhas (como Syd Barrett fez em 1975), vendo TV, como fizera a vida inteira, até se sentir absorvido pela inércia. O cantor sofre alucinações e tenta suicídio. Transtornado, pensando ser um ditador Neo-Nazista, num dos shows, lidera os fãs num movimento de limpeza do mundo dos males da sociedade: as minorias. Cansado, então, pede para voltar a viver como antes. Um julgamento se estabelece em sua mente e nele o passado retorna. Mãe, professor e esposa depõem contra ele, isolado do mundo através de um muro. A sentença do julgamento é de que o muro deve ser explodido. A seqüência final do filme é a explosão do muro para que Pink possa se integrar ao mundo, saindo de seu aprisionamento.

Altamente metafórico e brilhantemente imagético, o filme é também inspirado em O Muro, de Jean Paul Sartre de 1939. As animações são de Gerald Scarfe.

As músicas mais conhecidas são: The Happiest Days of Our Lives, Another Brick In The Wall (Parte II), Mother, Empty Spaces, Young Luste Comfortably Numb. Trecho da música The show must go on é cantada também no musical Moulin Rouge - amor em vermelho.

Ainda não houve uma adaptação teatral para o musical cinematográfico.

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