segunda-feira, 15 de março de 2010

Chicago



Com músicas de John Kander, letras de Fred Ebb (com Kander, Cabaret, 1966) e roteiro e coreografias de Bob Fosse (The Pajama Game, 1954; Sweet Charity, 1966), Chicago estreou em 03 de junho de 1975 e fez 936 performances na primeira temporada na Broadway. É baseado na peça também intitulada Chicago, escrita pela jornalista Maurine Dallas Watkins em 1926. A peça de Watkins é baseada na história verídica de Beulah Annan e Belva Gaertner, duas mulheres que ganharam fama após terem sido acusadas e, posteriormente, absolvidas de assassinato na Chicago da década de 1920. Como jornalista, Watkins acompanhou de perto o caso de ambas.

A primeira adaptação cinematográfica da peça de Watkins ocorreu ainda na era muda do cinema, no ano de 1927, e foi produzida por Cecil B. DeMille. A segunda adaptação recebeu o título de “Roxie Hart” e foi dirigida por William A. Wellman, em 1942. O papel-título foi interpretado por Ginger Rogers e o roteiro desta adaptação teve de ser alterado para que o filme se readequasse à censura da época. A remontagem da peça na Broadway, que estreou em 1996, é a remontagem que está há mais tempo em cartaz, sendo o sétimo colocado no raking.

Chicago também possui algumas fortes semelhanças, quanto ao seu estilo, a Cabaret, outra peça musical escrita por Ebb, originalmente produzida em 1966, e que, mais tarde, no ano de1972, foi adaptada para o cinema por Fosse. Chicago seria adaptado para o cinema por Fosse, que, além de escrever, também coreografou e dirigiu a peça musical de 1975. Bob Fosse, no entanto, veio a falecer em 1987. O filme, lançado em 2002, é dedicado a ele. As referências feitas ao trabalho de Fosse em Cabaret são variadas e extensas.

Na primeira montagem, Chita Rivera e a esposa de Fosse, Gwen Verdon interpretaram os papéis Velma Kelly e Roxie Hart. A forma brechtiniana de fazer um musical causou desconforto no público da época, dizendo que o assunto da história, a partir da quebra da quarta parede, era realmente sobre o mundo em que nós vivemos, a glamurização dos crimes e, em paralelo, com a sociedade comete crimes com as celebridades.

A música final era “Loopin the Loop” que foi substituída por “Nowadays”. Havia também, até os ensaios finais, um outro personagem, “The Agent”, que desapareceu na versão final sendo suas falas incorporadas por Mamma Morton. A canção: "Every guy is a snot/Every girl is a twat", que participa do filme, foi censurada por Fosse que a achava muito ofensiva. Chicago teve o azar de estrear no mesmo que A Chorus Line, que o tirou da lista dos ingressos mais vendidos e da entrega dos Tony Awards.

Chicago teve 11 indicações ao Tony de 1976: Melhor Atriz (Verdon e Rivera), Ator (Jerry Orbach/Amos Hart), Melhor Roteiro, Coreografia, Figurino, Iluminação, Cenário, Trilha Sonora, Direção e Melhor Musical. Não ganhou em nenhuma das categorias.

Nessa primeira temporada, Gwen Verdon inalou uma pena advinda dos figurinos, o que resultou numa infecção na garganta. A peça só não saiu de cartaz porque Liza Minnelli se ofereceu para substituí-la até que ela ficasse recuperada.

Na remontagem, Chicago concorreu em sete categorias, ganhando seis troféus Tony 1997: Melhor Ator (James Naughton), Melhor Atriz (Bebe Neuwirth), Melhor Coreografia, Iluminação, Direção e Melhor Remontagem. Só não ganhou na categoria Melhor Atriz Coadjuvante (Marcia Lewis).

No Brasil, Chicago estreeou em 2004, tendo Danielle Winits (Velma Kelly) e Adriana Garambone (Roxie Hart) nos papéis principais, e Daniel Boaventura (Billy Flynn), Selma Reis (Mamma Morton) e Jonathas Joba (Amos Hart) nos papéis coadjuvantes. A direção foi de Scott Faris e a produção custou US$ 2 milhões. Cumpriu 8 meses de temporada.

Quanto ao enredo, Velma Kelly e Roxie Hart são as assassinas. Velma é uma estrela de vaudeville cujo status de celebridade apenas aumenta após assassinar à sangue frio o marido adúltero e a irmã Veronica - a amante dele. Roxie é uma dona-de-casa que sonha em se tornar uma cantora famosa. Quando assassina seu amante Fred, que a enganou para poder manter relações sexuais com ela, é mandada para a penitenciária feminina onde conhece Velma.

Roxie percebe que tem boas chances de ser condenada à pena capital. Então, por sugestão de "Mama" Morton, a supervisora da penitenciária, manda seu marido Amos, - que apesar de tudo ainda a ama -, contratar Billy Flynn, o melhor e mais famoso advogado de defesa de Chicago. Flynn promete a Roxie que fará dela uma celebridade e, assim sendo, ela será absolvida por um júri formado de pessoas que, assim como toda a cidade, a amará. Flynn manipula a imprensa e o público para que possam crer que Roxie está na cadeia por razões erradas e, assim sendo, o público passa a idolatrar Roxie e a acreditar que ela é uma garota boa que está mais do que arrependida com o que cometeu. Enquanto isso, Velma começa a ser esquecida por ambos, imprensa e público, o que a faz detestar Roxie. No entanto, Roxie também tem seu status de fama ameaçado quando uma nova assassina, uma herdeira chamada Kitty, que matou o marido e as duas amantes dele, entra em cena. Percebendo que seu status de celebridade estaria perdido ao menos que fizesse algo dramático para chamar a atenção da mídia, Roxie forja uma gravidez.

O promotor, que tem ambições de seguir a carreira política, promete que vai mandar Roxie para a forca, mas ela está munida de várias histórias falsas e da idolatria do público. Tudo corre bem, até que Velma é chamada para depor portando o diário de Roxie. Velma, cujo julgamento foi adiado indefinidamente, fez um acordo com a promotoria e consegue se safar de suas acusações. Numa jogada rápida, Flynn consegue convencer o júri da suposta inocência de Roxie. Mais tarde, Flynn revela à Roxie que precisou incriminá-la dando o diário dela à Velma, que também é sua cliente. Com o fim do julgamento, a fama de Roxie desaparece rapidamente, o que parece inexplicável para ela.

Sem sucesso, Roxie tenta uma carreira de cantora em vários bares locais. Em um deles, encontra Velma, que está disposta a dividir o palco com ela. Primeiramente, Roxie nega a oportunidade dizendo que não pode dividir o palco com uma pessoa que odeia, mas percebe que esta é sua única chance de readquirir seu status de celebridade. As duas acabam por fazer enorme sucesso.

O filme (2002) foi estrelado por Renée Zellweger (Roxie Hart), Catherine Zeta-Jones (Velma Kelly), Richard Gere (Billy Flinn), John C. Reilly (Amos Hart) e Queen Latifah (Mama Morton). Cursou US$ 45 milhões e arrecadou mais de US$ 300 milhões, sendo o segundo musical com maior bilheteria de todos os tempos depois de Grease (1978) no ano de seu lançamento. Foi dirigido por Bob Marshall, sendo esse o seu terceiro filme. Para a TV, dirigiu Cinderella (Oscar Hammerstein e Richard Rogers) em 1997.

Foi indicado ao Oscar 2003 nas seguintes categorias: Melhor Atriz (Renée Zellwegar), Melhor Ator Coadjuvante (John C. Reilly), Melhor Roteiro Adaptado, Fotografia, Canção Original (“I Move On”) e Melhor Direção. Ganhou 6 Oscar: Melhor Atriz Coadjuvante (Catherine Zeta-Jones), Melhor Edição, Direção de Arte, Figurino, Mixagem de Som e Melhor Filme. Foi o primeiro musical a receber o prêmio desde Oliver! (1968).

Para baixar o filme: http://cine-anarquia.blogspot.com/2009/12/pedido-chicago-chicago-2002-dvdrip.html



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