quinta-feira, 25 de março de 2010
Evita
Evita é um musical de Andrew Lloyd Webber com letras de Tim Rice. É o sexto musical da dupla, incluindo nessa lista, Jesus Chirst Supestar de 1970. Estreeou em 1978 e é considerado uma ópera rock. O álbum de estréia é de 1976, dois anos antes da produção teatral. Há poucos diálogos e a instrumentalização inclui guitarras e outros equipamentos elétricos.
A idéia nasceu após a recusa da dupla em criar um musical sobre Peter Pam. No rádio, ouviram um documentário sobre Evita e imediatamente gostaram da idéia. Weber e Rice viajaram para a Argentina e começaram as pesquisas. A primeira filha de Weber se chamou Evita, tamanha era a paixão de Weber pela personagem. O musical também foi baseado no filme argentino “Queen of Hearts” (1972), dirigido por Carlos Pasini-Hansen.
Harold Prince, diretor (Cabaret, Company, Little Night Music), envolvido com a produção desde o início, fez questão de que o personagem Che, criado para ser apenas um narrador-comentarista, se parecesse com Che Guevara.
O primeiro ato começa num cinema em Buenos Aires em 26 de julho de 1952. No meio do filme, há uma interrupção em que um funcionário anuncia que “Eva Perón (Elaine Paige) entrara para imortalidade às 8h25min daquela noite.” As pessoas começam a chorar e um Réquiem começa a ser ouvido. Che (David Essex) aparece e, cinicamente, canta Oh What a Circus. Então, ele introduz a audiência à Eva Duarte, uma garota com 15 anos de idade, moradora do interior da Argentina. Ela está envolvida com seu primeiro namorado, o cantor de tangos Augustín Magaldi (Mark Ryan), a quem convence levá-la para a capital do país: Buenos Aires. Na capital, ela rapidamente esquece Magaldi e muda frequentemente de namorados atingindo, a cada um, novas posições: modelo, estrela do rádio, atriz. Em 1943, ela conhece o Cel. Juan Perón (Joss Ackland), um ajudante da ditadura que governa o país.
Um terremoto devasta o país e Perón se destaca como ajudante dos pobres. Com ele, Eva aparece o que desagrada a aristocracia argentina. Perón é preso pelos próprios militares que, diante da crise, deixam o governo. Eleições presidenciais são convocadas. Perón apresenta um projeto de uma Nova Argentina. É quando termina o primeiro ato.
O segundo ato começa com a vitória de Perón em 1946 para a presidência da república. Na sacada da Casa Rosada, ela saúda os “descamisados” da Argentina. Eva Perón também discursa e canta “Don’t cry for me Argentina”, a música mais famosa da peça, sob o olhar cruel de Che que pensa no preço pago pela fama. Eva e Juan dançam no baile presidencial.
Eva Perón lança uma imagem de glamour que impressiona o povo da Argentina, promovendo o Peronismo. Uma viagem a Europa é feita e começa como um grande sucesso para o mundo. Espanhóis a adoram, italianos relacionam ela a Mussolini. A França não se impressiona e os ingleses a esnobam. Eva desdenha da classe alta e Che pergunta a ela se já não é hora dela dela cumprir o que prometeu e ajudar os mais necessitados. Começa a Fundação Eva Perón. Evita, então, é apresentada como vice-presidente, contrariando todos os membros do governo. Sua saúde, no entanto, não é forte o bastante. Ela insiste em continuar e Che mostra-se decepcionado. Então, já bastante debilitada ela entende que o marido a ama por quem ela é, não pela ajuda que ela pode prestar-lhe. Ela renuncia à idéia de ser vice-presidenta e jura amor eterno ao povo da Argentina. Ela more e seu corpo é embalsamado para durar para sempre. Um monumento é construído para ela, mas não sai do pedestal. Seu corpo desaparece por dezessete anos.
Na sua estréia ganhou o Oliver de Melhor Musical e Elaine Paige ganhou o de melhor performance. Na Broadway, ganhou os seguintes Tony: indicações de Melhor ator coadjuvante (Bob Gunton/Perón), melhor cenário, figurino e coreografia. E os prêmios de Melhor ator (Mandy Patinkin/Che), atriz (Patti Lupone/Evita), melhor iluminação, direção, texto, trilha sonora e Melhor Musical de 1979.
Em 1996, Alan Parker (The Wall, Fame) dirigiu a versão cinematográfica do musical (136min). Poucas foram as adaptações supervisionadas por Lloyd Weber e Tim Rice. O filme começa com Eva ainda criança, cena essa que vem depois da abertura na interrupção do filme pela morte da primeira-dama como na versão teatral.Eva, ainda garotinha, tenta entrar no funeral do seu pai na pequena cidade de Junín. Ela que é da classe baixa não tem permitida sua entrada pela classe média local a quem o pai e sua família oficial pertenciam. Numa briga entre a viúva oficial e a mãe de Eva, a garotinha consegue avançar e chora sobre o corpo de seu pai até ser carregada para fora. O funeral do pai se mistura com seu próprio funeral em 1952. O Che da versão cinematográfica em nada lembra o revolucionário latino-americano. Daí para diante, tudo é igual, havendo apenas uma modificação no final. No filme, não há menção a uma estátua para Evita e tampouco para o desaparecimento de seu corpo.
A preparação para o filme começou junto com a estréia do musical em 1978. Meryl Streep, Cher, Barbra Streisand, Glenn Close, Olivia Newton-John e Michelle Pfeifer foram cogitadas para o papel. Michelle Pfeifer chegou a gravar canções para o filme. Reza a lenda que Madonna foi escolhida pela insistência. A cantora enviou várias de cartas para o diretor Alan Parker a fim de ser escolhida, dizendo que ela era perfeita para o papel. E foi. No meio das gravações, descobriu que estava grávida de sua primeira filha, Lourdes Maria, que nasceu no dia 14 de outubro de 1996.
O filme ganhou quatro indicações ao Oscar 1997: Melhor edição de som, direção de arte, fotografia e Montagem. E o Oscar 1997 de Melhor Canção para “You Must Love Me” e "Don't cry for me Argentina".
Madonna troca de roupa 85 vezes durante o filme. Mais do que Elizabeth Taylor em Cleópatra. Usou 39 chapéus, 45 pares de sapato e 56 pares de brincos. O filme causou muita polêmica quando lançado. Os argentinos, em maioria, receberam mal o filme, dizendo que era uma ofensa à memória de Eva Péron.
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